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Boate, elevador, cofres e 1,3 mil m²: mansão no Novo Leblon de suspeito de lavar dinheiro do CV é avaliada em R$ 25 milhões; FOTOS

De acordo com a polícia, o dono da mansão é Jonnathan Ianovich, investigado por lavagem de dinheiro. Ele foi preso nesta quarta-feira (14), em São Paulo. M...

Boate, elevador, cofres e 1,3 mil m²: mansão no Novo Leblon de suspeito de lavar dinheiro do CV é avaliada em R$ 25 milhões; FOTOS
Boate, elevador, cofres e 1,3 mil m²: mansão no Novo Leblon de suspeito de lavar dinheiro do CV é avaliada em R$ 25 milhões; FOTOS (Foto: Reprodução)

De acordo com a polícia, o dono da mansão é Jonnathan Ianovich, investigado por lavagem de dinheiro. Ele foi preso nesta quarta-feira (14), em São Paulo. Mansão de suspeito de lavar dinheiro do CV é avaliada em R$ 25 milhões Uma mansão de três andares, avaliada em mais de R$ 25 milhões em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O RJ2 teve acesso ao local onde, na última terça-feira (13), a polícia encontrou um verdadeiro arsenal. O dono da mansão, segundo a polícia, era Jonnathan Ianovich, investigado por lavagem de dinheiro para o Comando Vermelho. Ele foi preso nesta terça-feira (13) em São Paulo. A casa tem 1,3 mil m² de área construída. Na área externa, ficam a piscina, a academia e um espaço reservado para eventos. No interior, a decoração sofisticada indica que não houve economia na construção e no acabamento da casa. Casa de Jonnathan Ianovich, investigado por lavar dinheiro para o CV Reprodução/TV Globo Um elevador facilita o deslocamento entre os andares, e há indícios de que os donos gostavam festas. Um dos cômodos foi transformado em uma boate, equipada com aparelhagem completa de som e iluminação. Um detalhe chamou a atenção dos investigadores: ao entrar nessa área, o sinal de celular é automaticamente bloqueado. A polícia investiga se o imóvel foi comprado com dinheiro lavado para o tráfico de drogas. LEIA TAMBÉM: Arsenal e dólares são achados nos condomínios na Barra, em operação contra fornecedores do CV; FOTOS Zeus, chefe do crime de Rondônia, controla tráfico na Muzema e financia expansão de facção pela Zona Oeste do Rio Boate equipada com aparelhagem completa de som e iluminação Reprodução/TV Globo Espelho escondia armário composto inteiramente por cofres Reprodução Na sala de estar, um armário composto inteiramente por cofres chamava a atenção. No local, foram encontrados fuzis, pistolas e US$ 18 mil em espécie. A compra da mansão também está sendo investigada como fruto do esquema ilegal. A polícia afirma que Jonnathan Ianovich tinha um método próprio de lavar dinheiro, e o Comando Vermelho seria um dos beneficiários. Os investigadores identificaram inúmeras transações suspeitas, muitas delas envolvendo funcionários como laranjas. Fuzis apreendidos na casa em condomínio de luxo na Barra da Tijuca Reprodução/TV Globo Bens nos nomes dos filhos Jonnathan Ianovich é investigado por lavagem de dinheiro e foi preso em Araras, São Paulo Reprodução A polícia afirma que Ianovich adquiria imóveis de luxo em nomes de terceiros e depois recomprava esses mesmos imóveis com valores menores. Em seguida, ele colocava os bens em nomes dos filhos. No relatório, a polícia analisou depósitos feitos por um dos operadores financeiros de Jonnathan e destaca que os valores depositados na conta de Ianovich apresentavam aspecto mofado, sujo, empoeirado, a ponto de a máquina contadora de cédulas recusar algumas notas. Para polícia, tal circunstância pode indicar que o dinheiro em questão tenha sido mantido enterrado, prática comum entre as organizações criminosas, envolvidas com tráfico de drogas, para esconderem seus ganhos ilícitos de operações policiais. Os investigadores da Polícia Civil e do Ministério Público dizem que Jonnathan Ianovich declarava ser dono de algumas empresas, duas delas em um mesmo endereço, apesar de serem de ramos totalmente diferentes: uma de produtos de informática, e outra de construção civil. A investigação ainda ganhou novos elementos. Isso porque 24 horas depois da operação, a polícia voltou ao condomínio e descobriu que a poucos metros da casa, havia um caminhão estacionado, que também pertencia a Jonathan. Ao abrir o caminhão, os investigadores encontraram vários quadros de obras de arte. Eles já foram levados para a Cidade da Polícia e agora serão avaliados por especialistas para saber a origem e os valores dos quadros. Ao analisar a movimentação financeira de Ianovith, a polícia descobriu dezenas de transações bancárias entre ele e Geneviève Boghici, viúva de Jean Boghici, que morreu em 2015 e era considerado um dos mais importantes marchands e colecionadores de arte no Brasil. Entre abril e maio de 2021, a viúva fez três depósitos para Ianovich que somam mais de R$ 18 milhões. Ianovich alegou que recebeu esse valor como comissão pela venda de um quadro de obra de arte. Ao banco, ele argumentou que a quantia correspondia a 10% do valor da venda, ou seja, ele teria vendido um quadro no valor de R$ 180 milhões para um cliente na Argentina. Mas Ianovich jamais apresentou a documentação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O nome de Geneviève Boghici ganhou destaque em 2022, quando sua própria filha, Sabine Boghici, foi apontada como uma das responsáveis por aplicar um golpe contra ela. De acordo com a polícia, ela roubou 16 quadros, incluindo obras de Tarsila do Amaral e de Di Cavalcanti, todas do acervo do pai. A mãe de Sabine, segundo os investigadores, sofreu um prejuízo, estimado em R$ 725 milhões, entre pagamentos sob extorsão e quadros roubados. Quadro de Tarsila do Amaral foi recuperado na Operação Sol Poente Reprodução Na noite desta quinta-feira (15), dois caminhões trazidos pelos investigadores chegaram à Cidade da Polícia. Neles estavam 200 armas e 40 mil munições. Três carros de luxo também foram apreendidos — um deles, um Cadillac, comprado nos Estados Unidos por mais de R$ 2 milhões. O material estava no interior de São Paulo com um outro preso na mesma operação. Eduardo Bazzana é dono de um clube de tiros em americana. A polícia identificou transações bancárias entre ele e Ianovich. Bazzana é acusado de vender armas para o Comando Vermelho. O RJ2 não conseguiu contato com a defesa dos citados.