cover
Tocando Agora:

Policial civil vira réu pela morte de assessor parlamentar após briga de trânsito na Barra da Tijuca

Raphael Gedeão foi denunciado pelo homicídio triplamente qualificado de Marcelo Abitan em janeiro deste ano. Justiça vai definir se ele vai ou não a júri p...

Policial civil vira réu pela morte de assessor parlamentar após briga de trânsito na Barra da Tijuca
Policial civil vira réu pela morte de assessor parlamentar após briga de trânsito na Barra da Tijuca (Foto: Reprodução)

Raphael Gedeão foi denunciado pelo homicídio triplamente qualificado de Marcelo Abitan em janeiro deste ano. Justiça vai definir se ele vai ou não a júri popular. Policial civil vira réu pela morte de assessor parlamentar após briga de trânsito na Barra da Tijuca O policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão virou réu pela morte do assessor parlamentar e empresário Marcelo dos Anjos Abitan da Silva. O crime aconteceu na porta de um apart-hotel na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no dia 19 de janeiro, após uma discussão no trânsito. A juíza da 4ª Vara Criminal do Rio, Lúcia Glioche, vai definir nos próximos meses se ele vai ou não a júri popular. Raphael está preso há quase quatro meses. Ele se entregou à polícia dois dias após o crime, registrado por câmeras de segurança (veja mais detalhes abaixo). Ele matou com três tiros Marcelo após uma discussão. O primeiro tiro atingiu o peito da vítima. Quando Marcelo tentou fugir, o policial atirou mais duas vezes nas costas dele. O assessor parlamentar Marcelo dos Anjos Abitan da Silva e o policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão Reprodução/TV Globo O motivo do desentendimento foi o veículo do policial civil, que impedia a entrada do carro de Marcelo na garagem de um apart-hotel, onde ambos estavam hospedados. Após o crime, Raphael arrebentou a cancela para fugir do local. Ele trabalhava na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A Polícia Civil concluiu a investigação como um típico caso de legítima defesa putativa, ou seja, que se presume verídica, mas que não corresponde à verdade. Segundo os investigadores, "o erro é plenamente justificável, haja vista que a vítima estava agressiva e com movimentos corporais típicos de quem sacaria uma arma de fogo." O inquérito seguiu para o Ministério Público, que decidiu denunciar o policial civil por homicídio triplamente qualificado — por motivo fútil, sem dar chance de defesa à vítima e com emprego de arma de fogo. De acordo com os promotores, “o crime foi cometido por motivo fútil, eis que o denunciado, após desrespeitar o direito da vítima de acessar o estacionamento da residência dela, absurdamente obstruindo a entrada por longo período, com desprezo à vida, executou-a com tiros após aquela reclamar e uma breve discussão.” “No momento imediatamente anterior ao da ocorrência, o denunciado havia largado por mais de dez minutos, fechado e travado, o carro que utilizava, não cadastrado no hotel", acrescentam os promotores. Até que a decisão sobre o júri popular seja tomada, Raphael continuará preso por determinação da Justiça. A defesa do policial civil Raphael Gedeão preferiu não se manifestar. LEIA TAMBÉM: 'Pra que isso?', perguntou antes de morrer assessor baleado durante briga de trânsito na Barra da Tijuca Vídeo mostra policial atirando à queima-roupa em assessor parlamentar após discussão em hotel na Barra Vídeo mostra tiros à queima-roupa Imagens mostram o momento em que um policial civil assassina empresário na Barra Câmeras de segurança registraram os momentos antes e depois do crime. As imagens mostram que, às 2h37 do dia 19 de janeiro, o policial civil chega de carro à cancela do hotel onde morava. Ele fica por três minutos tentando o acesso, mas não consegue entrar. Deixa a pick-up preta parada ali e sai. Às 2h42, ele entra andando calmamente no corredor do apartamento. Um minuto depois, às 2h43, Marcelo chega com o carro branco e para atrás da pick-up, pisca o farol e depois buzina algumas vezes, segundo testemunhas. O motorista, no entanto, não está ali. Às 2h46, o policial aparece novamente no corredor saindo de casa com dois cachorros. Três minutos depois, as câmeras da frente do hotel mostram Raphael voltando do passeio com os animais. Ele é avisado por um funcionário que tem um carro tentando entrar no estacionamento e a pick-up dele está impedindo. Nesse momento, às 2h50, Raphael e Marcelo começam a discussão. Ambos parecem exaltados. Em determinado momento, ao perceber que Marcelo se aproximando, Raphael pega uma pistola, aponta para o vizinho e ordena que ele se afaste. O empresário, no entanto, avança, a passos curtos, em direção ao policial, que faz um primeiro disparo na barriga de Marcelo. A vítima põe a mão na ferida, grita, vira e tenta correr na direção oposta. Ao se virar, leva mais dois tiros nas costas. Em seguida, uma testemunha teria dito a Raphael: "Irmão, desnecessário. Não precisa disso". E o policial teria respondido: "Tentei falar com ele e agora deu nisso aí. Agora, chama a polícia". O policial, em seguida, foi para casa trocar de roupas e, logo depois, fugiu do local. Ele se entregou à polícia dois dias após o crime.